Fluxo

Sobre o que é esse texto? Eu não sei. Sobre o que é tudo? Eu tento entender. Talvez seja porque essa rotina de encarar tudo tão racionalmente seja muito nova pra mim. O passado era somente emoção, paixão, inconsequencia e impulso. Me moldou no que sou hoje. Não que eu tenha aprendido onde colocar minhas emoções, mas sim porque me direcionou pro lado completamente oposto. Repremir o coração me fez hoje ver como as reações internas estão todas explodidas onde quer que eu coloque meu corpo fisico ou meus pensamentos. Recentemente, me vejo cada vez mais rodeado de pessoas que me amam genuinamente e isso me faz sentir muito, muito sozinho…. Hoje, no dia dos namorados, pode ser que tenha acendido uma luz me dizendo que talvez o que eu preciso não seja esse tipo de amor que me envolve, mas outro tipo, o amor romatico, o que, se eu olhar com cuidado sobre o meu passado, me machucou, me formou hoje e me fez fugir do que eu sou na essencia. Conversas com os mais amados me revelam que talvez esteja na hora de revisitar esse outro eu que um dia fui, com um olhar mais maduro, racional e com o pouco que conquistei no decorrer dos anos. O medo pode ser uma razão, mas creio que o que me evita sempre de ir a esse lugar é o fato de que eu quero tudo novo (até as partes ruins). Essa semana fiquei pensando qual foi a ultima vez que me senti amado romanticamente, em um relacionamento que obedecesse todos meus pouquissimos critérios remanescentes. Encarar que já fazem 7 anos me fez deletar todas as conquistas pessoais que não foram poucas nesses anos, mas também me fez querer entender o porque das coisas (mais uma vez fugindo da minha essencia). Será que eu sou essa pessoa que nunca terá um amor romatico para chamar de seu mas terá que achar forças em amigos que provavelmente terão seus perfeitos maridos e naturalmente encarar as amizades como fatores secundários em que possam direcionar os seus amores? Eu fico imprissionado como eu não gero impacto. Eu mereço isso, mesmo querendo muito amar e ser amado além de família e amigos? Infantilmente e desesperadamente já passaram por minha cabeça razões como não ser bonito fisicamente ou ter um papo atraente o suficiente pra atrair ou manter alguem em minha vida. Esse texto não faz o menos sentido! Eu não sei se escrevo só pra tentar colocar sentido em tudo ou só porque o unico lugar sincero que eu tenho pra desabafo completo seja uma tela branca e um teclado. Já que neguei tanto uma face do meu eu que é tão romantico e subjetivo, creio que vou tentar me ater aos fatos. Fatos que também são frutos de uma bagunça subjetiva. Eu estou cansado de me sentir sozinho, mesmo rodeado de pessoas. Eu estou cansado de mendigar afeto de todos ou ter o afeto baseado em sentimentos que não são tão polidos (como culpa ou pena). Estou cansado de ser rotulado por quaisquer motivo, não sinto desespero, não sinto nada na verdade… Acho um absurdo uma pessoa entregar um solo propício para fruta nascer e ao mesmo tempo queima-lo com piche para que nada nasça. Quero afeto, quero alguem, quero ingenuidade, quero leveza, quero certeza, quero tantas coisas…. Continuo a flor da pele pensando nelas, sem nem conseguir escrever um texto que possa fazer sentido para ninguem, mas como eu disse antes, tudo que eu tenho é essa tela branca e esse teclado hoje. Amigos, sempre presentes, sempre ausentes, será que chegou a hora de mais um grupo de pessoas da minha vida se distanciar por minha livre, errônea e espontanea burrice? Será que vou conseguir atar esses laços romanticos que eu tanto almejo sendo essa bagunça que me encontro hoje? Eu fico impressionado como eu não gero impacto positivo em ninguem, não que eu precise ser eterno na vida de ninguem, mas no sentido de que quando as pessoas me deixam o comportamento é de livramento, de alivio. Estou muito cansado de me sentir esse fardo para todos, para mim… e isso creio que pode ser um fato também. Sumir, recomeçar, essas são as vontades. Sei lá.

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As coisa bonitinhas estão na carta

Fazem praticamente cinco anos. Eu sinceramente nunca superei, mas isso não é um fato pra você se gabar. Muito menos eu. Por uma simples rede social vejo que está feliz, amando, sendo amado e realizando todos os seus grandes sonhos. Por uma visita a um perfil profissional vejo que começou um novo curso, que realmente parece contigo e que não é simplesmente um espelho do seu grande ídolo, seu pai. De lá pra cá, inegavelmente muito mudou, não apenas em nós, mas no ambiente em que vivemos. Lembro que já no nosso fim, você, sempre ressaltando sua raiz muito politizada, fez questão de ir às manifestações de 2013 e, nas ruas, gritava, esbravejava e se emocionava com a comoção de todos pelo bem comum. Daquele tempo até hoje, percebemos uma discussão forte não só sobre orientação sexual e seu direito de ser o que quiser, mas sobre gênero, raça e muitas outras. Não foram poucas as vezes em que me peguei pensando, depois de juntar a evolução das discussões com o seu comportamento diante àquela de 2013, sobre como você se comportaria hoje sobre aquele show que eu quis tanto ir, ou o celular que eu lutei tanto pra comprar, ou as roupas que eu achava lindas, ou as músicas que me divertiam, ou aquela agressão que não consigo esquecer. As mazelas que carregamos, são de pura responsabilidade nossa, isso é verdade, mas quando digo que nunca superei é exatamente sobre isso que quero falar. Logo quando partiu, realizei uma viagem, sozinho, pra juntar meus cacos e colocar a cabeça no lugar. Nunca tivemos a mesma condição financeira, o mesmo suporte familiar e a mesma disciplina pra realizar qualquer coisa. Mas hoje, vendo você como se apresenta, percebo o quanto você foi importante pra me tornar a pessoa que sou hoje, positiva e negativamente. No amor ainda não consegui a pessoa que mais me transborda e deve ser justamente porque não consigo superar qualquer um dos que se foram. No profissional, apesar de ainda muito novo, com 31 anos ainda estou começando. Na família, a insatisfação é grande! As fotos não revelam se você ainda bebe e perde o controle, se ainda é extremamente machista e homofóbico, se ainda tem problema sérios com família, se ainda é infiel, mas, por sua vez, revelam que por fora continua tão belo quanto em 2013, que o brilho no olhar ainda está presente, que continua esforçado e dedicado a sua maior e grande paixão: o trabalho. Essa carta aberta, é um desabafo do “e se”. Olhando as tais fotos vejo o quanto seus sonhos se parecem com os meus e não pude evitar de pensar em “e se estivéssemos ainda no mesmo barco?” ou “e se, nessa loucura que a vida é, nos cruzamos novamente, será que ele estaria de fato diferente diante de toda evolução dos contextos?”. Uma vez vi uma entrevista com Clarice, a autora de um dos livros que você me deu, e ela diz que a escrita dela as vezes não é consciente, que foge dela, que apenas surge. Esse post é isso. Palavras fugindo e vagando. Você sumindo e sendo feliz. Eu tentando arduamente! As vezes sumir, as vezes ser feliz, as vezes conseguindo, as vezes falhando miseravelmente, mas sempre tentando o melhor, assim como fiz com você cabeça.

 

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And I…

Dear Holly, I don’t have much time. I don’t mean literally, I mean, you’re out buying icecream and you’ll be home soon. I have a feeling this is gonna be the last letter, because there is only one thing left to tell you. It isn’t to go down memory lane or make you buy a lamp, you can take care of yourself without any help from me. It’s to tell you how much you move me, how you’ve changed me. You made me a man, by loving me Holly. And for that, I am eternally grateful, literally. If you can promise me anything, promise me that whenever you’re sad, or unsure, or you lose complete faith, that you’ll try to see yourself through my eyes. Thank you for the honor of being my wife. I’m a man with no regrets. How lucky am I. You made my life, Holly. But I’m just a chapter in yours. There’ll be more. I promise. So here it comes, the big one: Don’t be afraid to fall in love again. Watch out for that signal, when life as you know it ends.
P.S. I will always love you.

Poor who?

Quando a gente começa a namorar esperamos no minimo alguém que te respeite pelo que você é. Que não te julgue pelo que você goste ou faz, que não te de falsas lições sobre como lidar com problemas de trabalho ou como se comportar diante de alguns amigos ou colegas, que te busque na chuva, que gostei de passar uma noite com você, comendo bobeira e vendo filme, que ponha você no topo independente de trabalho, amigos e, algumas vezes, até família, que esteja lá pra você não importe o que, que fique feliz com suas conquistas, sejam elas microscópicas, que respeite a relação entre vocês e que mantenha ela, de fato, entre vocês, enfim… Poderia ficar até amanhã de manhã falando sobre o par ideal que, infelizmente, ainda é uma fantasia na minha cabeça! No início, batemos no peito pra falar que não precisamos desse tipo de carinho e que estamos bem do jeito que estamos… O tempo vai passando, vamos amadurecendo e construindo essa pessoa dentro da gente! Então mudamos de opinião: “enquanto eu não conseguir essa pessoa que eu construí pra mim, estarei bem sem ela”, ou seja, já não somos tão duros e irredutíveis sobre estar acompanhado, só colocamos uma condição bem clara para isso mudar de figura. O tempo passa mais um pouco e, inesperadamente, essa pessoa aparece. Você consegue ver todas as qualidades naquele ser humano e encaixa-las dentro do robô que está desenhado na sua cabeça. Com o tempo as partes vão caindo, os sonhos vão caindo até que essa pessoa vai embora e passa a não existir. Você sofre, chora até falar chega, pensa que vai morrer, que não vai achar mais ninguém que te ame e mais um monte de cena de noval mexicana. Mais uma vez, o mundo gira, o tempo passa e a vida continua. A única diferença é que agora você já viveu a experiência de ser amado e quer aquilo novamente. O que a gente faz? Constrói outra pessoa ideal na nossa cabeça! Dessa vez diminuímos os parâmetros, pois já estamos acostumados com algum defeito ou outro, e sabemos que ninguém é perfeito. Não quer dizer que vai dar certo, mas mais uma vez a pessoa aparece… Vocês namoram, são super felizes e têm tudo que um casal lindo quer ter! Mais várias voltas no relógio e você esquece o que é relacionamento pra você, aquilo que citei no início do texto vai virando pó, minguando a nada, deixado pra trás… Mesmo assim você continua namorando! Você tem alguém que te troca claramente pela profissão, alguém que acha ruim se você troca meia palavra com qualquer outra pessoa, alguém que não fica feliz por você ir a um show que quer muito, alguém que julga seus amigos, seu jeito de vestir, sua forma de falar, seu gosto musical, alguém que mesmo você fazendo tudo que pode (ou pelo menos tentando), nunca vai ser o suficiente, alguém que, sinceramente, parece que não gosta de te ver feliz… Basta um sorriso no seu rosto e essa pessoa vai e tira quase que com a mão! Grave! Você também tem seus defeitos, afinal de contas, todo mundo tem, mas é quando pessoas, que não foram sequer chamadas para dar opinião, metem a mão no relacionamento é que fica pior. Geralmente, quando está com você, esse alguém faz tudo isso que falei e, quando não está, é a melhor pessoa do mundo. Não é a primeira vez que passo por isso e começo a criar um padrão e ao mesmo tempo cultivar pena. Diminuir o orgulho e olhar pra dentro é bem difícil, mas nunca é tarde pra tentar. Assumir os erros, parar de viver escalando a dó que pessoas tem de você namorar alguém como eu, estudar tanto e não ter dinheiro, não faz mal a ninguém. Foi você mesmo que me disse uma vez que ninguém tem nada com meus problemas e me pediu para lidar com eles e parar de atrapalhar minha relação com todo mundo… Eu fiz isso e amadureci bastante, posso falar a mesma coisa de você? No fundo, minha imagem de relacionamento está tão distorcida e embasada que eu nem sei se estou vivendo uma mais! Enquanto isso eu vou vivendo, um dia após o outro… Com você ou sem você, sinceramente, nesse ponto em que estou, não vai fazer diferença! Por mais perdido que meu conceito de relação amorosa esteja dentro de mim, eu sei que está aqui em algum lugar, e com certeza não é isso que a gente vive, ou melhor, você vive.

Know-how #2

Your life is a gift. Accept it. No matter how screwed up or painful it seems to be. Some things are going to work out as if they were destined to happen. As if they were just meant to be.

Grey’s Anatomy (08.13 – If/Then)

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Know-how #1

– Why do I, and everyone I love, pick people who treat us like we’re nothing?
– We accept the love we think we deserve.

The perks of being a wallflower

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As desvantagens de ser invisível

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É incrível como todas as pessoas querem ser notadas e somente algumas conseguem de fato esse feito. Tentamos deixar de ser invisíveis de todas as maneiras e em todos os campos possíveis. No trabalho, você pode tentar o tanto que quiser e ainda ser o melhor no que faz. Infelizmente ao chegar alguém que consegue melhor aquela única coisa que você não teve tanta habilidade, pronto, temos um preferido, com voz ativa, metas claras, trabalho tranquilo e melhores condições… Não! Não estamos falando de você que estava trabalhando duro para ser o melhor, e não recebeu nem meio crédito por causa do esforço.

No amor é a mesma coisa! Não importa o quanto tente amar e demonstrar. Se não consegue realizar da forma exata como o outro imagina ou quer receber esse amor, você é substituído em um segundo ou é “forçado” a se deixar ser. A diferença aqui é a seguinte, no trabalho, você, querendo ou não, precisa seguir ordens, precisa do dinheiro e de uma ocupação, nem que seja pra ter o status social de competente. No amor, apesar disso, de certa forma, também te dar uma razão social importante, é diferente. Nesse campo você não precisa de nada, nasceu sozinho e vai morrer sozinho! O fato de ficar solteiro e bem é atraente, mas se você gosta de alguém e fica dependente sem nem saber como isso aconteceu, basta uma única experiência para você precisar daquilo. Você começa a querer ser visível a quem ama, e que essa pessoa olhe pra você não simplesmente por olhar, e sim por querer compartilhar  seus sonhos, perdas, angustias e todo o resto da vida. Atualmente, mesmo necessitando e almejando todo o reconhecimento que amor e trabalho possam me dar, estou querendo ser invisível e, ainda pior, vendo vantagem nisso. Não tenho direito e nem tempo pra isso, mas imagine não precisar de ficar com ninguém, sentar a hora que quiser pra ver um filme ou seriado, ouvir a musica que quiser na maior altura e dançar feio no seu próprio quarto, sem preocupar com quem mora com você ou com o tempo pra ir trabalhar. Imagina esse mundo perfeito?! Infelizmente precisamos de dinheiro, de comprar (nem que seja o básico), de companhia, de um emprego que nos dignifique e, pasmem, precisamos de amor, e não é o de mãe. Na minha atual situação, depois de ter, supostamente, perdido um amor, mesmo querendo ser invisível para tudo e todos, sinto muita falta de estar ao lado desse alguém que sei que me ama. Amigos e família  não conseguem me dar o amor que deixa um vazio toda vez que deito na cama e começo a olhar pra dentro.

Em todo esse contexto, vejo que há de fato vantagem em ser invisível! Até quando a vida coloca os holofotes fortes e cegantes na nossa cara e peça para uma plateia de julgadores observar qual decisão vamos tomar as demandas intermináveis e constantes… Até mesmo nessas horas!

O sustentável peso de não ser

É aquele antigo paradigma: preciso de alguém pra ser feliz? Se consigo chegar ao não, logo penso se preciso de alguém para compartilhar a minha felicidade inata. Isso me leva a outra pergunta, que também pode ser levantada se a resposta for sim à primeira: existe esse alguém? Tão perfeito, que aceite seus defeitos, tenha as qualidades que tanto valorizamos ou que apenas venha ver seu filme favorito e ainda traz pipoca com refrigerante ou chocolate? São muitas perguntas sem resposta! Pra quem segue o coração antes mesmo de saber que tem cabeça, todas já estariam respondidas com uma simples presença. Você vive, tem experiencias anteriores, tem bagagem, tem algo para de fato acalmar o coração e apelar pro racional… Nem que seja pela primeira vez! Esse alguém aparece e vai embora, banalmente, ferozmente, sem avisar. O chão desaba, nós desabamos e voltamos a estaca zero da impotência da razão ou da imprudência das perguntas. Não sabemos o que fazer ou ser! Nos tornamos ridículos, assim como na hora que tudo isso começou e era tão lindo que parecia nunca acabar… Todos seus muros desabados lentamente, voltam a se erguer numa velocidade exponencial e, no fundo, ouvimos a voz falando que já sabíamos que ia ser assim e que de agora em diante seria diferente. Besteira! O que queremos mesmo é se jogar aos longos e impetuosos braços do amor cego, surdo e falante. Que te faz apertar a tecla mute pro mundo. Pra tudo e todos. Mais um vez esquecemos da nossa cabeça, a mesma que carregou os olhos que te viram a primeira vez, a mesma que abriu a boca pro primeiro beijo, a mesma que se recusou a usar o maior orgão que abriga pra ver que a dor não era pra ser do jeito que é, que você mesmo merece ser amado, ouvido. Não sabemos as respostas, só continuamos com as perguntas e o desespero de um futuro incerto. Pode ser você, pode não ser, mas meus muros cairão novamente. E dá proxima vez, espero controlar a queda mais lentamente ainda. Seja com quem for! Segurar meu coração valente e ensina-lo que, apesar de sua autonomia, ele não tem tanto poder sobre o resto. Mesmo eu te querendo mais que tudo nessa vida injusta!

Oscar 2010

Tudo bem, eu sei que o Oscar 2010 aconteceu a anos luz atrás (o7 de março) e que comentar os filmes que concorreram a principal categoria da noite a essa altura do campeonato faz o post ficar um pouco ultrapassado! Mas para justificar tudo, falo que além de ter demorado para ver os dez filmes, sendo que alguns tive que baixar, estava um pouco ocupado demais pra escrever sobre isso aqui! Mas antes tarde que nunca né?! Não sou expert em cinema e muito menos entendo muito sobre o assunto, mas eu tinha o hábito de ver todos os filmes concorrentes há muito tempo e agora que voltei a me interessar, fiquei com vontade de escrever sobre… =)

01. Amor Sem Escalas (Up In The Air)

Como disse, não sou expert e aí vai a primeira prova disso: pra mim esse filme deveria ter levado o prêmio. Com roteiro, fotografia, elenco e trilha sonora maravilhosos, “Amor sem escalas” me prendeu do início ao fim! Com o decorrer do filme, vamos percebendo que apesar de contextualizar tudo da forma mais light possível, a grande moral da história é que nascemos sozinhos e vamos morrer sozinhos! Vi o filme num momento crucial da minha vida e me identifiquei com um pouco de cada um dos três principais personagens! Deve ser por isso que ele se tornou meu grande preferido (o que não deleta o fato de você ter que coloca-lo na sua listinha de “filmes para ver”).

02. Avatar (Avatar)

Desde o início dos burburinhos que corriam junto com a grande produção que foi Avatar, nada me atraiu na sua divulgação! Cartaz, trailer, sinopse… Enfim, nada! Cheguei até a confundi-lo com “O ultimo mestre do ar” pelo desenho ter o mesmo nome do filme de James Cameron (segunda prova que não sou expert… Rs). Foi só quando vi aquela multidão indo ao cinema, tendo que comprar ingressos com no mínimo 10 dias de antecedência, todos os jornais publicando algo sobre o filme e um record de bilheteria quase sendo alcançado, é que realmente fiquei curioso. O filme em si é lindo de se ver, com suas cores e efeitos honrando seu orçamento hiperbólico, mas como a maioria dos filmes que carregam esse fardo, a história é um pouco fraca! Eu até que gostei, mas não é aquele filme de sair do cinema emocionado, movido e extasiado… É só entretenimento! Como um dos preferidos na noite da premiação, acabou que nem vez tão bonito assim…

03. Bastardos Inglorios (Inglourious Basterds)

Sabe aquele filme “wanna be”? De um diretor “wanna be”? Com publico “wanna be”? Então! Eu lembro que quando em pré-produção, todo mundo ficou em chamas esperando o filme de guerra do Tarantino (até eu fiquei), mas aí chegou o filme e eu achei que gastei R$ 7,00 atoa. O principal defeito pra mim são as cenas longas demais e a lentidão com que o filme vai correndo, pra no final engatar a quinta marcha e nos empolgar nos últimos vinte minutos! Como todo mundo AMOU o filme, fui ver se estava errado, discutir com algumas pessoas e ver se realmente tinha deixado algo que deveria ser considerado. Mesmo depois dessa conversa toda, vi que o que achei de melhor mesmo foi o Brad wanna be Pitt e seu personagem caricato, a violencia e o figurino!

04. Distrito 9 (District 9)

Quando vi esse filme na lista dos concorrentes, logo soltei um “OI?” como quem dizia “Que que esse filmes está fazendo aí?!”. Depois de assitir, soltei o mesmo “OI?” só que no sentido de “Como que no oscar não tem estatueta de prata e bronze?”. Esse infelizmente foi um dos que tive que baixar e ver em casa. Juro por tudo que é mais sagrado que nos vinte minutos iniciais do filme eu tive que parar pra ver se o arquivo não estava corrompido, pois logo de cara a situação já é toda apresentada e você pensa que o filme já pode acabar! Basta continuar assistindo pra ver que a tensão apenas começou e vai te guiar o resto do longa inteirinho a uma historia instigante e chocante! É um filme que vai direto ao assunto, do jeito que gosto! Pra completar, depois de roer todas a unhas das mãos, a última cena ainda consegue tirar lágrimas dos nossos olhos… Vamos lançar a campanha “Leave Wikus Alone” NOW!

05. Educação (An Education)

Outro filme com contexto pessoal pra mim! Lindo, maravilhoso, delicado e sutil, o filme é realmente uma aula sobre aquela paixão que deixa a gente cego para o resto da vida e não nos permite ver de verdade a pessoa com quem estamos! Isso acontece com a coitada e pacata Jenny que se deixa levar em um relacionamento onde tudo era muito mais emocionante do que sua vida de estudar e ir pra faculdade! Lógico que no final Jenny se dá mal… Mas mesmo assim as lições do filme ainda não acabam, pois ela da uma reviravolta das boas e paga de heroína e fonte de inspiração pra muita gente! Trilha sonora deliciosa e figurinos idem… Adorei o filme!

06. Guerra ao Terror (The Hurt Locker)

E aqui vai a terceira prova de que eu não sou expert: esse nunca passou na minha cabeça como grande vencedor. Não porque não é bom, mas a maioria das pessoas ve o filme e tem que concordar comigo que ele não tem nada de extraordinário. Ah sim, eu tinha me esquecido do grande “X” da questão: Iraque + guerra + EUA = estatueta… Pronto, a fórmula está traçada! O filme relata a história de um soldado viciado pura e simplesmente na guerra. O fato desse homem ter a vida “vazia” e juntando a frase inicial com o resto do longa você até começa a dar mais credibilidade, mas mesmo assim não acho que era pra tanto! O filme é só bom PERIOD.

07. Preciosa (Precious)

Quando vi o trailer pensei que seria mais um daqueles filmes que tentam te chocar com a realidade dos guetos norte americanos. Não sei se é porque aqui no Brasil vemos coisas piores ou se nada me choca mais, mas o filme tentou, tentou e tentou e não conseguiu me impressionar! Contando a história de Preciosa, seus perregues, filhos e convivência com a mãe o roteiro coloca cada vez mais a personagem principal no lugar de coitada, até que no final… Pluft! Dá tudo certo e ela vive feliz pra sempre (estou analisando as circunstâncias ok?). Pra mim o filme não é comovente, mas que eu achei linda a relação da Preciosa com a professora Ms. Rain, eu achei! PS: Eu não reconheci a Mariah Carey com as roupas feias e quase sem maquiagem, juro! Rs…

08. Um Homem Sério (A Serious Man)

Oi? Drogas? Pesadas né! É isso… Juro que não peguei a essência do filme e muito menos entendi sobre o que tudo estava acontecendo! Conversando com um amigo, ele solta: “Não dá pra esperar nada muito normal dos Irmãos Coen”. Eu digo que não dá MESMO! Basicamente, o Prof. Lawrence é bombardeado por inúmeros problemas em todos os campos de sua vida e mesmo com tudo isso tenta arduamente continuar sendo um homem sério e correto! Confesso que me deu um pouco de agonia, pois se fosse eu, por muito menos já teria desistido de tudo… O pior é que se você for igual eu e morrer de aflição em como um homem pode ser tão passivo com os fatos, vai morrer com esse sentimento, pois o final do filme não poderia ser mais vago e pointless! O melhor de tudo pra mim é a fotografia maravilhosa e o senso de humor implícito nas cenas em que o Sy Ableman aparece ou é citado!

09. Um Sonho Possível (The Blind Side)

Esse só não é o mais fofinho dos dez porque temos uma animação concorrendo! O filme conta os efeitos da adoção de um jovem abandonado na vida de uma família rica e bem estruturada. Apesar de ser bem “Sessão da Tarde” eu gostei bastante de tudo… Rendeu a estatueta de melhor atriz a Sandra Bullock, que está deslumbrante em todos os sentidos! Adoro o jeitão com que Leigh Anne cuida de tudo e todos e em como isso é demonstrado de forma engraçada e dramática de forma bem homogenea durante o longa. Gosto de filme bem traquilo desse jeito, mas a dica é que se você está procurando por emoções fortes (seja ela qual for), nem o fato do filme ser baseado em fatos reais será pretexto pra ve-lo!

10. Up – Altas Aventuras (UP)

Sobre esse eu não tenho muita coisa pra falar e vou ser bem direto! É uma das animações mais fofas que eu já vi e de longe o filme mais gracinha (no sentido meigo da palavra) do dez e isso não é porque o filme me lembra um momento especial (apesar disso ser verdade)… A coisa que mais atrai mesmo é a caracteristica marcante dos personagens que fazem com que as risadas não sejam contidas e seus bordões fiquem na nossa cabeça por um longo período. Outra coisa que merece destaque é a musica tema do casal Ellie e Carl que é linda… Enfim, ESQUILO!

Le triste sort de l’amour inachevé

“Em um café de Paris, uma moça, considerada bela para sua época e com idade avançada demais para estar sozinha, carinhosamente chama o garçon para fazer seu pedido. Era incrível ve-la ali sentada! Seus olhos marcantes, seu cabelo levemente cacheado dançando com a brisa suave do porto e seu jeito discreto chamavam atenção de qualquer jovem rapaz que passava. Ela não ligava! Tinha uma vida de traumas e tropeços e a unica coisa que conseguia prender seu olhar no momento, era o jornal que comprara na mão de uma criança na praça que passou indo para o café. A manchete era a seguinte “Chega ao fim a Primeira Guerra Mundial”! Subitamente, como que por destino, ela ouviu um alvoroço vindo não muito longe de onde estava. Ao olhar naquela direção viu muitas mulheres com flores, mostrando seus chapéus e sorrisos ao ver um navio atracando. Logo entendeu do que se tratava! Eram os soldados sobreviventes voltando para o conforto de seus lares, seus braços… A cena de muita festa e alegria a contagiou, mas uma imagem em particular fez uma de suas finas sobrancelhas arquear. Um soldado, vestindo o surrado uniforme verde musgo, corpo e rosto cansados, cabelos da cor do sol e um unico papel a mão. Ela que não saia da rotina de café e jornal havia um tempo, ficou intrigada em como aquele homem poderia ter aflorado um sentimento que nem ela conseguia interpretar no momento. Só parecia que os dois se conheciam ha muito tempo e que ela deveria ir lá conversar com ele como se fossem antigos amigos. Ela não precisou tomar tal atitude, pois o tempo, que pra ela pareceu ser um eternidade, fez com que ele chegasse perto dela e perguntasse com gentileza se ela conhecia um lugar onde ele pudesse passar a noite! Ela respondeu automaticamente que sabia onde ele poderia descansar o corpo para o dia seguinte e ofereceu companhia até lá, já que não era distante e ficava exatamente no caminho de volta pra casa! Ele, meio que sem jeito e encantado com a hospitalidade, pagou a conta da menina e aceitou sua companhia.

No caminho, andavam lentamente sobre a rua de ladrilhos e conversavam sobre tudo. Passavam entre as lojas de sapatos e tabacarias sem prestar muita atenção no movimento que os cercava, pois ele bastava pra ela, e ela pra ele. Com os olhos juntos o tempo todo, passaram por uma ponte onde corria um fino filete de agua calmo por baixo e era cercada por uma vegetação bem peculiar e bela, já que era primavera. Nessa hora eles pararam ao mesmo tempo, olharam o sol se por e deixaram os labios se encontrar naquela linda tarde em Paris! Pra ela, o sentimento antes confuso, acabara de ser definido e pra ele, a guerra tão sofrida, não passara de uma memoria distante nesse momento. Passaram o fim de tarde juntos sob as flores das arvores, só vendo a agua passar com a segurança que um sentia ao estar com o outro!

Isso se repetiu durante toda a primavera, todo o ano e muitos outros que se seguiram. Até que um dia ele sumiu e a deixou muito preocupada, desconcertada e desiludida por talvez ter vivido mais uma historia de amor fracassada.

Meses se passaram na ausencia dele e ela estava começando a conseguir não pensar em todos os momentos que passaram juntos. Até que numa tarde, alguem bate a porta! Ela desanimada, atende e sente seus olhos marejarem de emoção. Ele estava lá e a explicou que teve que fazer uma viagem de emergencia para resolver problemas que ele preferia não comentar naquela hora, pois estava com muita saudade do seu amor. A falta era tanta que eles esqueceram da vida e seus problemas.

Seis meses depois, se casaram e foram morar em um casa boa pra ele e humilde pra ela, onde tinha um lindo jardim que nenhum dos dois e nem ninguem da cidade poderia colocar algum defeito, mesmo porque ela trocou o café pelos serviços de jardinagem como hobby.

Um belo dia, quando chegou em casa, ele não conseguiu disfarçar sua cara de preocupação e foi logo contando que foi escalado para a Segunda Guerra Mundial, que já tinha começado. Ela, incredula e subitamente infeliz deixou suas luvas de mexer com terra por sobre a bancada e somente conseguiu dar um abraço apertado em seu homem, estatico de medo, e falar carinhosamente: “Eu te amo, e vai dar tudo certo!”

Enquanto a Segunda Guerra acontecia e chegava a um climax cada vez mais eminente, sua angustia tambem acompanhava o mesmo ritmo. Não aguentava de ansiedade para envolve-lo em seus braços novamente! E a guerra continuava, firme, avassaladora e cruel…

Finalmente, depois de muito sofrimento, chegou o grande dia em que ela ia ao mesmo local onde o tinha visto pela primeira vez para recebe-lo de braços abertos, pois ele não estaria sozinho novamente como antes… Os olhos eram apreensivos e saudosos! Aos poucos as pessoas iam saindo do navio e encontrando seus entes queridos, mas ela ainda não conseguia ver onde ele estava! Chorava de aflição e nervosismo! Foi só quando o porto começou a ficar cada vez mais vazio que o Comandante da expedição a chamou a uma sala na proa do navio e a entregou uma medalha e uma bandeira em memoria do seu marido!

Dez anos se passaram e ela, já não mais com a mesma beleza de sempre mas com a mesma gentileza e leveza, acordou pela manhã e ligou o rádio. Assim fazia toda manhã que ia arrumar a casa! Na sua estação preferida, o locutor anuncia uma musica…

Ela escuta saudosamente e ve seu homem belo e com cabelos de sol, na sua farda imponente e séria em uma foto que guardava no criado mudo da sala entre duas poltronas. Limpa o porta retrato com carinho, quase que em camera lenta. Dá um suspiro lembrando os momentos agradaveis e finitos que passaram juntos e direciona o olhar entre as duas cortinas! Ela continuava vendo o jardim mais lindo de todos (já que mantinha seu habito de cuidar muito bem dele) só que crescido e com o fruto mais precioso que o seu falecido marido poderia te dar… Seu filho de cabelo loiro igual ao do pai! Ela então beija a foto do marido e sussurra “Eu te amo, e vai dar tudo certo”! Pousa o porta retrato no criado na mesma posição de antes e continua sua vida!”